Diário de um intercambista - Natal e Ano Novo

Parei com essa parada de diário, realmente não consigo tempo pra postar com Constancia suficiente para falar do meu dia-a-dia... É até melhor parar por falta de tempo do que por falta de assunto, da à impressão que sua vida é novidade o tempo todo e que você não consegue atualizar as pessoas com tanta coisa nova que acontece. O que é totalmente mentira (hehehehehe). Vou mudar o tipo de texto a partir de agora, ao invés de falar do meu dia-a-dia e vou falar sobre determinados temas fazendo um comparativo entre o Brasil e aqui e minhas experiências com esse tema, se alguém quiser saber sobre algo em específico poste nos comentários para eu procurar saber como funciona e poder comentar com mais embasamento... Vamos começar do fim.


Começando então pelo Natal:

Natal aqui é bastante parecido com o Brasil, só o horário aqui que é diferente e as casas são muito mais ornamentadas (vi casas em que tinha uns bichos de luz branca que se moviam e tudo mais, muito show), sem precisar de concurso nenhum como acontece em várias cidades do Brasil como BH e Xis de Fora. Pelo menos na minha família ai no Brasil nós nos reunimos todo dia 24 a noite para passar a virada para o Natal em um ceia na casa de alguém e trocarmos alguns presentes, seja em amigo oculto (ou amigo secreto como preferirem), seja atoa mesmo, mas sempre rola uma troca de presentes (inclusive mãe, se tiver algum pra mim ai guarda que quando eu chegar eu abro). Aqui não rola nada na véspera de Natal, todo mundo trabalha normal e tal, claro que lugares que fecham às 2h da matina não ficam abertos todo esse tempo. Esse ano passei a virada na estrada, trabalhei até as 8h da noite e meu tio veio me buscas aqui em casa para ir para outra cidade passar o Natal com a família (que por sinal foi muito bom e vou contar com detalhes mais abaixo). O exxxxxperto do Tutuka (irmão do Marquim o que prova que a exxxxperteza é de família) fez meu Tio andar meia hora pro lado errado na estrada, fazendo com que ele só chegasse na minha casa quase as 9h da noite, chegando na casa do meu tio pouco depois da meia noite.

Mas como eu disse não perdemos nada, não havia nada lá, tudo acontece no almoço do dia 25.

Aqui o pessoal leva o natal muito mais a sério do que no Brasil, pra todo lado você vê gente com chapeuzinho de papai Noel, galera incorpora o natal mesmo, roupas e casas, galera da mais Tips pra galera (Tips é como eles chamam as gorjetas aqui), tudo no mais puro espírito natalino, muito legal, pena que não trabalho de garçom ou algo que a base salarial seja as tips.

Meu natal foi assim: Reunimos na casa do Ronald (um dos filhos emprestados do meu tio), uma casa muito bonita no mesmo condomínio do meu tio, toda a família reunida, avô e avó (meu tio já tem 4 netos), tios e tias, primos e primas, muita gente que eu nem sabia que existia na verdade. Ficamos de papo lá a tarde toda, conversando e jogando um jogo de cartas tipo poker que eu perdi em um all in com full house para um full house de cartas maiores (pelas contas do Zuzu eu tinha pelo menos 99% de chance de ganhar e perdi...). Joguei futebol americano e os brasileiros deram uma show nos americanos, também toda o meu tamanho tem que servir para alguma coisa hehehe. Depois ficamos jogando Wii e voltamos para a casa do meu tio. Nada de mais, mas foi legalzinho. Conheci meus primos que nunca tinha visto e me apaixonei pelas minhas duas primas, de 9 e 5 anos de idade, eu acho, 2 gracinhas.

Aproveitamos a estada e ficamos lá sexta, sábado e domingo. Na sexta ficou nessa parada que eu contei, no sábado fomos tomar café-da-manhã em um lugar com uns donuts, muito bom comeria uns 20 se minha tia não tivesse nos dado 2 hamburgues do McDonalds para comer antes da gente ir (se preparem galera, vou chegar ai pesando umas 300 libras), depois fomos no cinema, assistir Avatar em 3D, muito massa o filme, em 3D então nem se fala. Voltamos para a casa do meu tio e já saímos para comer em um restaurante na beira da praia, comi rabo de crocodilo, que lembra frango hehehe, e outras paradas lá. Ficamos lá um pouco batendo papo e depois voltamos para casa. No domingo saímos cedo de volta pra Naples parra passear um pouco, mas rodamos mais no supermercado mais do que tudo, Tia Maria ficou ensinando o pessoal o que comprar no supermercado. E foi isso todo o meu natal, novamente, nada de mais, mas legal...

Já o reveillon quase foi um fiasco. Já sabia que a galera aqui não fazia muita coisa, mas fora o finalzinho foi tosco de mais!!!

Tipo, aqui ninguém solta fogos de artifícios, na verdade todo mundo solta, mas não é uma coisa organizada, é cada um soltando um foguinhos mixurucas por sua conta, nada bonito de se ver como no Brasil.

Resolvemos fazer uma festa na nossa casa, a primeira que organizamos por nossa conta. Pior escolha impossível. Como Marquim e eu viajamos no Natal a galera resolveu fazer um jantar no ano novo, até ai tudo bem, bora fazer a parada e chamar os amigos para beber umas cervejas. Chamamos os amigos, infelizmente não consegui ligar para umas amigas de Viçosa para vir, foda não ter internet direto, e beleza, chega em casa tem as 5 meninas que moram comigo e 90475428956535345380² homens, serio me senti em festa da computação, no dia anterior tinha conhecido umas americanas que combinaram de ir lá em casa, chamamos as argentinas e tudo mais e nada, levando em consideração que eu sou o único homem sociável da casa, o resto não conversa com mais ninguém fora o pessoal da casa e os amigos mais chegados, vão em festa e ficam de papo com as mesmas pessoas, e as meninas além de gatinhas são pra frente que nem a Camila do Tio Kaká, saem dando papo pra Deus e o mundo e conhecendo um monte de “gatinhos”, dava pra prever a merda... Bem depois da meia noite, lá pras 2 da manhã, eu já tava de saco cheio daquela merda e ai chegou a salvadora da pátria, a Andressa, nossa guia na noite de Naples, e nos chamou para ir para um pagode na casa de uns Brasileiros, foi muuuuito bom o pagode, com exceção de pequenas coisas como a Claudia passar mal e vomitar no carro do Nando ou as argentinas me ligarem assim que chegamos na casa dos pagodeiros, falando que tinha acabado de passar lá em casa e que não tinha ninguém e resolveram ir durmir, deu pra conhecer mais gente, inclusive uma americana peituda que eu tenho certeza que se eu pedir realiza o objetivo da viagem, ou seja, mais gente, mais contatos, mas coisas para se fazer.

Te falar que coisa pra ir no réveillon até tinha, mas tudo muito caro, tipo 35 doletas só para entrar (isso no lugar mais tosco de Naples) e essas coisas, contra meu estilo de vida Viçosense e contra mais ainda o meu bolso americano, que se juntar as 2 primeiras semanas eu fiquei devendo o dinheiro do aluguel para os meus chefes, ta foda a parada de grana por enquanto. Minha sorte aqui é que passar fome trabalhando no Subway é impossível, não é a melhor dieta, mas ao se trabalhar mais de 6 horas você ganha um sanduiche e independente das horas você ganha as gorjetas referente ao tempo que trabalhou que custuma ser uns 5 ou 6 dolares por dia (domingo agora foi meu recordem 15 dolares de gorjetas) o que da pra completar a refeição diária (McDonalds tem o Dolar menu, que se consiste em pagar 1 dolar por algumas coisas, na verdade fica a 1,06 dolares por causa das taxas).

Acho que por hoje ta bom, na próxima eu falo das mulheres americanas, essas diferente dos indianos, que merecem 1 capitulo, merecem um livro inteiro dedicado a loucura que é isso aqui, tipo baile funk pesado do Rio, mas isso fica para um outro dia.

Beijunda galera!!!

PS: A pedidos segue uma foto minha com roupinha do Subway...